terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A problemática do Rio Poti

A problemática do Rio Poti, ao que tange a sua poluição com esgotos in natura e consequentemente o crescimento em excesso dos aguapés (Eichornia crassipes) - e agora das canaranas, não tem mais o que se discutir.

Já se sabe qual é o fator que causa o surgimento em excesso dos aguapés. Sabemos que não adianta a retirada deles (seja mecânica ou manualmente), pois em poucos dias eles voltam a proliferar.

Sabe-se que em 2007 foi feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre a AGESPISA, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAM e IBAMA-PI. O termo acordado entre as três instituições previa o aumento da quantidade de esgotos em 52%. Porém, a empresa responsável pelo abastecimento de água e tratamento dos esgotos sanitários do estado não cumpriu o TAC, que era para ser executado até 2010 e a pedidos foi prorrogado até 2012.

Da mesma forma, as outras duas instituições, SEMAM e IBAMA, também não cumpriram o referido termo, que era o de fiscalizar as obras de saneamento básico e os esgotos que jogam os resíduos in natura, de forma ilegal e criminosa, diretamente no Rio Poti, através das galerias pluviais, feitas apenas para coletarem as águas das chuvas.

O que cabe neste momento é o cumprimento de uma lei, que obriga a AGESPISA a aumentar a rede de esgotos sanitários na capital, de 17% para 52%. O TAC não foi cumprido nem em 2010 e nem em 2012.

O que se tem a fazer agora é multar as instituições e gestores que não cumpriram o TAC e portanto são os responsáveis por esse crime ambiental seríssimo que se prolonga todos os anos! Se não for assim, vamos continuar com a mesma problemática, vão ser realizadas várias audiências públicas e tudo vai continuar como está: o Rio Poti agonizando todos os anos (no período mais quente e seco) e esperando por chuvas para que as águas os carreguem sabe-se lá para onde! E ainda ficará o Poti com suas águas poluídas, com peixes contaminados, com os ribeirinhos passando fome ou comendo esses peixes doentes.

Ou então vamos esperar o período chuvoso para que as águas levem os aguapés para outro local. E aí surge outro problema que todos esquecem: os ribeirinhos que ficam a mercê, correndo o risco de suas casas serem alagadas, destruídas e ficarem desabrigados! Tudo faz parte de um ciclo, uma coisa depende de outra.

É ridículo uma capital de estado, como Teresina, que tem cerca de 830 mil habitantes, termos apenas 17% com saneamento básico! É uma falta de respeito não só com o Rio Poti, mas com todos os cidadãos teresinenses!

Rio Poti visto da Ponte Juscelino Kubitschek, em Teresina.

Rio Poti visto da Ponte Estaiada Mestre Isidoro França, em Teresina.

Rio Poti visto da Av. Marechal Castelo Branco, em Teresina.
Texto e fotos: Hugo Prado

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