Já se sabe qual é o fator que causa o surgimento em excesso dos aguapés. Sabemos que não adianta a retirada deles (seja mecânica ou manualmente), pois em poucos dias eles voltam a proliferar.
Sabe-se que em 2007 foi feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre a AGESPISA, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAM e IBAMA-PI. O termo acordado entre as três instituições previa o aumento da quantidade de esgotos em 52%. Porém, a empresa responsável pelo abastecimento de água e tratamento dos esgotos sanitários do estado não cumpriu o TAC, que era para ser executado até 2010 e a pedidos foi prorrogado até 2012.
Da mesma forma, as outras duas instituições, SEMAM e IBAMA, também não cumpriram o referido termo, que era o de fiscalizar as obras de saneamento básico e os esgotos que jogam os resíduos in natura, de forma ilegal e criminosa, diretamente no Rio Poti, através das galerias pluviais, feitas apenas para coletarem as águas das chuvas.
O que cabe neste momento é o cumprimento de uma lei, que obriga a AGESPISA a aumentar a rede de esgotos sanitários na capital, de 17% para 52%. O TAC não foi cumprido nem em 2010 e nem em 2012.
O que se tem a fazer agora é multar as instituições e gestores que não cumpriram o TAC e portanto são os responsáveis por esse crime ambiental seríssimo que se prolonga todos os anos! Se não for assim, vamos continuar com a mesma problemática, vão ser realizadas várias audiências públicas e tudo vai continuar como está: o Rio Poti agonizando todos os anos (no período mais quente e seco) e esperando por chuvas para que as águas os carreguem sabe-se lá para onde! E ainda ficará o Poti com suas águas poluídas, com peixes contaminados, com os ribeirinhos passando fome ou comendo esses peixes doentes.
Ou então vamos esperar o período chuvoso para que as águas levem os aguapés para outro local. E aí surge outro problema que todos esquecem: os ribeirinhos que ficam a mercê, correndo o risco de suas casas serem alagadas, destruídas e ficarem desabrigados! Tudo faz parte de um ciclo, uma coisa depende de outra.
É ridículo uma capital de estado, como Teresina, que tem cerca de 830 mil habitantes, termos apenas 17% com saneamento básico! É uma falta de respeito não só com o Rio Poti, mas com todos os cidadãos teresinenses!
Texto e fotos: Hugo Prado
Rio Poti visto da Ponte Juscelino Kubitschek, em Teresina. |
Rio Poti visto da Ponte Estaiada Mestre Isidoro França, em Teresina. |
Rio Poti visto da Av. Marechal Castelo Branco, em Teresina. |